“ORGANON ou a Arte de Curar”
I - Parte Teórica:
Missão e objectivo do médico. O que precisa saber para curar. (§1-4):
· A missão do médico é curar. (§1)
· A cura deve ser rápida, suave e permanente. (§2)
· O que o médico precisa saber para curar:
Conhecer a doença por sinais e sintomas; Conhecer a matéria médica; Saber posologia, ritmo e dose do medicamento; Conhecer as causas mórbidas. (O médico tem conhecimento das doenças, do poder curativo dos medicamentos e sua posologia e das causas mórbidas capazes de impedir a cura.) (§3)
· Objectivo do médico é a saúde. Deve afastar as causas mórbidas. (§4)
Conhecimento das doenças (§5-18)
· Causas da doença: (§5)
Doença aguda – causa excitante ou ocasional.
Doença crónica – causa fundamental é a manifestação do miasma.
· Conhecer causas e sintomas da doença e observar sem preconceitos. (§6) 1ª referência à força vital.
· A importância dos sintomas. Os sinais exteriores da doença, são o reflexo da doença interna que é a afecção da Força Vital. (§7)
· A saúde reaparece depois dos sinais perceptíveis da doença estarem eliminados. (§8)
· Definição de: Força vital - energia disponível a ser utilizada pelo princípio vital na manutenção do harmonioso funcionamento do organismo, de modo a que este possa alcançar o seu mais alto objectivo – a SAÚDE. (§9)
· Princípio vital - todo autocrático gestor de sistemas, órgãos e funções. (§10)
· A doença é uma perturbação mórbida da energia vital, que se manifesta através de sintomas mórbidos. A doença aparece quando a força vital (automática) activa, espiritual, presente em todo o organismo é afectada pela influência dinâmica (matéria pecans). Estes agentes mórbidos afectam o princípio vital, aparecendo no organismo como perturbações mórbidas. O organismo fica predisposto para processos irregulares de funcionamento a que chamamos doença. (Definição de doença) (§11)
· São os sinais e sintomas mórbidos que nos levam ao medicamento – agente dinâmico – apropriado que determina a recuperação da força vital, ou seja, a cura. (§12)
· Alopatia tem uma visão da doença, como uma coisa separada do todo (do organismo inteiro), a doença é considerada individualmente, separada do todo e escondida no interior e com carácter subtil, o que fez da alopatia uma ciência não humana, uma arte não curadora (à excepção da cirurgia). (§13)
· Todo o desequilíbrio do organismo, se dá a conhecer ao homeopata por meio de sinais e sintomas, ou seja, através das manifestações no organismo para poderem ser curados. (§14)
· A doença interna e os sintomas exteriores são uma e a mesma. Os transtornos na energia vital que anima o organismo no interior e os sintomas que se manifestam exteriormente constituem um todo. A força vital e o organismo constituem um todo. (§15)
· A força vital não pode ser afectada por influências nocivas ao organismo que perturbem o seu funcionamento harmonioso. A força vital só pode ser restaurada por um remédio com idêntico poder dinâmico das influências nocivas ao organismo, ou seja, a doença só pode ser removida por medicamentos que actuem sobre a força vital, sendo, a saúde, restaurada por um medicamento com idêntico poder dinâmico. (§16)
· À medida que se vão removendo os sintomas, vai-se restabelecendo o equilíbrio da força vital. Os sintomas devem ser removidos por ordem inversa ao aparecimento dos mesmos. Restabelecido o equilíbrio da força vital, a doença foi aniquilada, restaurou-se a saúde. (§17)
Conhecimento dos medicamentos (§19-27)
- A doença é uma alteração do estado de saúde de um indivíduo saudável. A cura acontece por mudança para condição de saudável do estado de saúde de uma doença. O medicamento só pode curar a doença se tiver o poder de alterar a saúde do homem são. A cura e o remédio são sempre individuais. Só pela experimentação podemos conhecer o poder do medicamento. (§19 a §21)
- Para que a doença seja curada devem ser considerados todos os seus sinais e sintomas. O medicamento deverá ser o que provar produzir o maior número de sintomas mórbidos nas pessoas saudáveis e assim removê-los nas pessoas doentes de uma forma rápida, suave e permanente pelos sintomas medicinais similares. (§22)
- Contrariamente aos medicamentos homeopáticos, os medicamentos alopatas tratam pelos sintomas opostos, numa fase inicial, conferem um alívio passageiro – paliativos – dando posteriormente lugar a um agravamento / aprofundamento da doença. A alopatia é agressiva, invasiva e raramente cura. (§23)
- O único método de cura total da doença é o homeopático. O medicamento é sempre individual e o que provocar no organismo saudável o maior número de sintomas semelhantes aos da doença, remove rápida, radical e permanentemente a totalidade dos sintomas mórbidos, ou seja a doença, convertendo-a em saúde. (§24 - 25)
- O medicamento Definição de medicamento homeopático (completa-se com o § 32) “Uma afecção dinâmica mais fraca é permanentemente extinta no organismo vivo por uma mais forte, se a última (enquanto diferente na espécie) é semelhante à 1ª na sua manifestação (o medicamento homeopático absorve a energia miasmática)”. No organismo vivo uma alteração, provocada por uma afecção dinâmica será permanentemente extinguida por uma mais forte e similar. (§26)
- O medicamento tem que ser sempre mais forte que a doença. (§27)
Conhecimento de como conhecer e administrar o medicamento (§28-70) §70 é um resumo
· A experiência provou que a Lei Natural se manifesta em todas as experiências puras e observações no mundo. O medicamento tem que ser mais forte que a doença para que a manifestação dinâmica da doença natural (mais fraca) pare e desapareça. (§28-29)
- Os medicamentos agentes mórbidos artificiais, semelhantes à doença a ser curada, actuam: todas as vezes, em todas as circunstâncias, em todos os seres vivos, quando administrados na dose mínima e apenas um medicamento de cada vez. O medicamento alopático provoca nas pessoas sintomas diferentes, dos naturais causados pela doença. (§30-31-32)
- Para curar o medicamento tem que ter um poder superior aos agentes nocivos e ter o maior número de características semelhantes à doença. Para que o medicamento possa efectuar uma cura, é preciso que seja capaz de produzir no organismo humano, uma doença artificial semelhante à doença a ser curada. Nenhuma doença pode ser curada pelo aparecimento de uma outra diferente. Nem a natureza nem os remédios podem curar por mais fortes que sejam, se não forem semelhantes. (§33-34-35)
- I – Se 2 doenças diferentes atacam o mesmo paciente e se são de força igual ou se a mais antiga é a mais forte, a nova doença é repelida do organismo pela mais antiga. (Quando a nova doença é mais fraca do que a que temos no organismo, a mais fraca não entra). (§36)
- A doença crónica quando não tratada homeopaticamente, não fica curada. Quer dizer que o tratamento com medicamentos incapazes de produzir no organismo saudável o estado de saúde semelhante à doença, não a cura mesmo quando o tratamento é feito de forma pouco violenta. (§37)
- II – A nova doença diferente é a mais forte. Quando a doença original é mais fraca, será suspensa pelo aparecimento da mais forte, até que esta seja curada, e então a antiga reaparece incurada. A doença mais forte suspende a mais fraca, mas nunca se curam uma à outra. (§38)
- Debilitar, suprimir ou suspender a doença por um período de tempo sem a curar. O medicamento alopático suprime e suspende os sintomas sem curar e com o uso prolongado, acrescenta um novo estado mórbido à velha doença. O tratamento alopático numa doença crónica, cria uma doença artificial diferente da original e que enquanto dura, suspende a original que é mais fraca. O medicamento alopático não faz mais do que Quando utilizados por muito tempo, acrescentam um novo estado mórbido à doença. (§39)
- III – A nova doença, invade o organismo e junta-se à mais antiga que é diferente dela, mas cada uma ocupa um local diferente no organismo. Duas doenças diferentes não podem remover-se ou curar-se uma à outra. (Quando duas doenças agudas infecciosas diferentes coexistem, uma delas suspende o desenvolvimento da outra. No entanto, em casos raros, duas doenças agudas diferentes ocorrem em simultâneo num só organismo combinadas uma com a outra, cada uma invade os tecidos com que se relaciona. Duas doenças ocupam os seus terrenos de acordo com a sua semelhança.) (§40)
- Um prolongado tratamento alopático pode causar uma doença complexa que só poderá ser curada com grande dificuldade. Pode provocar causas mórbidas que se adicionam à doença que se propõe curar. Estas novas condições coexistem e complicam a doença crónica que é diferente delas. A alopatia não cura pela semelhança. Junta à velha doença uma nova e diferente, uma doença artificial de natureza crónica, deixando o doente com uma doença dupla. (§41)
- A coexistência de duas ou três doenças pode ocorrer, ocupando cada uma, os órgãos e sistemas com que cada uma tem afinidade. Duas doenças diferentes não se eliminam. Não se aniquilam nem se curam uma à outra. Permanecem no organismo separadas, tomando cada uma posse dos órgãos ou sistemas que lhes são apropriados, de acordo com a sua semelhança. (§42)
- A cura acontece na natureza quando duas doenças semelhantes se encontram. Quando duas doenças semelhantes se encontram (doença natural e medicamento homeopático, mais forte) no mesmo organismo, a cura acontece. (§43)
- Duas doenças semelhantes não podem repelir-se, suspenderem-se ou co-existirem no mesmo organismo ou juntas formando uma doença dupla e complexa. (§44)
- (Explicação da actuação do medicamento homeopático). Duas doenças diferindo em espécie (uma medicamento homeopático, outra doença natural), mas semelhantes na sua manifestação e efeito e nos sintomas que produzem individualmente, aniquilam-se uma à outra sempre que se encontrem juntas no mesmo organismo. A mais forte destrói a mais fraca e ocupa as partes do organismo desta. (§45)
- Por vezes, a cura pode obter-se por doenças semelhantes. Doenças que no seu percurso foram curadas homeopaticamente por outras doenças com sintomas semelhantes como as que surgem de um miasma fixo. (§46)
- Como acontece na natureza, a melhor maneira de curar, rápida e permanentemente é a homeopática. O medicamento deve ser semelhante e mais forte que a doença. Os observadores devem estar mais atentos ao que acontece na natureza, às curas naturais. (§47- 48-49)
- A natureza tem à sua disposição como instrumentos para curas homeopáticas, doenças miasmáticas, que como remédios são mais perigosos que a doença que deviam curar e depois de terem efectuado a cura, eles próprios requerem cura. Na natureza, a grande lei natural da cura é por meio de sintomas semelhantes. (§50)
- No tratamento homeopático não há necessidade de recorrer a ataques violentos ao organismo para curar a doença, mesmo que ela seja crónica. Os medicamentos homeopáticos actuam suave, subtil e rapidamente quando são ligeiramente mais fortes que a doença a tratar. (§51)
- “Só existem dois métodos principais de cura: um baseado na observação precisa da natureza, na experimentação cuidadosa e experiência pura, o homeopático (nunca antes de nós utilizado intencionalmente) e um segundo que não faz isto, o heteropático ou alopático. Um opõe-se ao outro, e só aquele que não sabe nada pode ter ilusão que eles possam alguma vez aproximarem-se ou mesmo unirem-se, ou ser tão ridículo que uma vez pratique homeopaticamente e outra alopaticamente, de acordo com o gosto do paciente; uma prática que se pode chamar traição criminosa contra a divina homeopatia.” (§52)
- A homeopatia é o caminho mais curto para a cura. (§53)
- O tratamento alopático é imprudente, tem uma visão material da doença. As doenças estão divididas por sistemas e como tal assim são tratadas. Alopatia utiliza métodos de tratamento que em vez de curar, debilitam ainda mais, pondo mais em perigo em vida humana. Alopatia apenas tem a habilidade de paliativar a doença, por isso as pessoas continuam a acreditar nela. É um método paliativo baseado no “Contraria contrariis”, livra-se da doença pela isopatia (Isopatia é a mãe da vacinação, é um método de tratamento de uma doença pelo princípio contagioso que a provocou), este método é inútil e doloroso no tratamento de pacientes com doença crónica. Os sintomas importantes de uma doença instalada que nunca foi tratada mas sim paliativada por remédios paliativos e antagónicos (acção primária) reaparecem pior do que eram (acção secundária). (Acção primária, acção do medicamento sobre a força vital, é a reacção da força vital à energia do medicamento. Acção secundária, reacção do organismo ao recuperar a saúde, é a reacção do organismo ao recuperar a saúde, demonstrada por uma certa sensibilidade ou irritabilidade do organismo). Para o tratamento da doença é importante a reflexão, a observação e discernimento tal como fez o Dr. Hahnemann. Durante a acção primária, os agentes mórbidos artificiais (medicamento) forçam a força vital a voltar a si e a restabelecer a saúde (acção secundária, acção curativa). (§54 a 66)
- A natureza e a experiência explicam-nos os benefícios da cura homeopática e a perversidade do tratamento alopático. Nas curas homeopáticas a experiência mostrou que doses pequenas são suficientes para remover a doença (dose mínima). O medicamento escolhido antipaticamente toca o mesmo ponto doente do organismo tal como o homeopático. O antipático foi escolhido pela sua acção paliativa e contrária aos sintomas da doença e o homeopático pela semelhança dos sintomas. Mas como o sintoma contrário não pode (como o homeopático) ocupar o lugar do desvio mórbido no organismo como sintoma semelhante mais forte e não pode como o homeopático afectar a força vital como doença artificial semelhante, mas a força vital produzindo uma condição oposta ao paliativo. Os sintomas da doença voltam piores depois da acção paliativa do medicamento ter acabado e na proporção da dose tomada. (§67 a 69)
- Resumo dos § anteriores 1 - O médico para curar tem que conhecer a doença pelos seus sinais e sintomas, conhecer a matéria médica, escolher o medicamento, saber a posologia e dose e conhecer as causas mórbidas. 2 – O poder curativo do medicamento homeopático consiste na alteração do estado de saúde do homem. 3 – O medicamento tem que ter mais força que a doença inicial. 4 – O tratamento alopático, nunca poderá curar a doença crónica, mas apenas alivia-la de forma passageira, seguida depois de um agravamento. 5 –O homeopático é o único modo de tratamento que tem em conta a totalidade dos sintomas. Os medicamentos homeopáticos que produzem sintomas semelhantes à doença podem curar enquanto que os medicamentos alopáticos que produzem sintomas opostos não podem curar. O medicamento tem que ser sempre mais forte que a doença. (§70)
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